O que os torcedores fazem para burlar a vigilância da polícia e programar brigas em jogos dos times do Rio
Polícia investiga confrontos entre torcedores no Rio A vigilância das polícias Civil, Militar e do Ministério Público estadual do Rio levou alguns integran...

Polícia investiga confrontos entre torcedores no Rio A vigilância das polícias Civil, Militar e do Ministério Público estadual do Rio levou alguns integrantes das torcidas organizadas de grandes clubes do Rio a criar estratégias para agendar brigas e fugirem do cerco das autoridades. Os métodos foram descobertos na investigação Pax Stadium da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) e que cumpriu 39 mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, do Tribunal de Justiça do RJ. Nesta semana, a Polícia Civil do RJ realizou ações para inibir a violência nos estádios. Na quinta (18), a Pax Stadium. Neste sábado (20), o presidente da Torcida Jovem do Flamengo e mais 7 foram presos por envolvimento na morte de vascaíno, em 11 de setembro passado. As estratégias dos brigões: Os confrontos passaram a acontecer longe dos estádios como na Zona Oeste do Rio ou em São Gonçalo, na Região Metropolitana do RJ; As brigas passaram a ser marcadas em grupo de aplicativos de mensagens ou redes sociais fechadas; As brigas deixaram de ser agendadas nas redes sociais das torcidas; Dessa forma, os supostos torcedores se aproveitam que não há como controlar a entrada deles nos estádios e nem são impedidos de adquirir ingressos para os jogos. A operação contra torcidas organizadas revelou ainda que criminosos utilizavam códigos em redes sociais para marcar brigas. Um dos confrontos entre torcedores foi descoberto por policiais do Batalhão Especializado em Policiamento de Estádios (Bepe), da Polícia Militar do Rio de Janeiro. A briga ocorreu, segundo o Bepe, há pouco mais de 4 meses, em 7 de maio. Na ocasião, torcedores da Força Jovem do Vasco assistiam pela TV ao jogo do seu clube com o Puerto Cabello, do Peru. A equipe peruana goleou os vascaínos. No mesmo horário e a duas ruas do local, no interior da favela do Sapo, na Zona Oeste do Rio, torcedores da Jovem Fla assistiram ao empate do seu time contra o Central Córdoba, da Argentina, em jogo pela Taça Libertadores. Com o fim dos confrontos, os torcedores começaram a se provocar. O confronto a tiros aconteceu em ruas do bairro e os vascaínos correram atrás dos rubro-negros até o interior da comunidade quando se depararam com os traficantes do local, que assim passaram a agredir os torcedores do Vasco. No relatório encaminhado pela Draco à Justiça do Rio, os investigadores listaram, desde 2024, conflitos entre integrantes de torcidas organizadas para mostrar a prática criminosa de alguns desses grupos: Em 2024 - Ramon Moura Coutinho, conhecido como Sem Nome, foi indiciado e teve a prisão preventiva pedida por esfaquear um torcedor no entorno de São Januário durante confraternização da torcida organizada do Vasco da Gama; 25 de fevereiro de 2024 - 72 pessoas, entre eles, torcedores da Jovem Fla, são presas com drogas e artefatos explosivos; 1º de setembro de 2024 - Torcedores da Força Jovem do Vasco são levados, após o jogo contra o Vitória, para a delegacia de São Cristóvão portando artefatos explosivos, soco inglês e pedras portuguesas. 2024 - Torcedora do Flamengo conta na polícia que foi gravemente ferida por integrantes de torcida organizada do Vasco. Vítima revelou ainda que um vascaíno foi esfaqueado na mesma ocasião; Julho de 2024 - Torcedor do Palmeiras foi agredido por integrantes da Fúria Jovem (Botafogo) e internado em uma unidade hospitalar. Além de graves lesões, teve o celular roubado; 16 de março de 2025 -10 torcedores da Young Flu e da Jovem Fla foram conduzidos à delegacia após estarem brigando entre si Revólver foi encontrado na Operação Pax Stadium Divulgação/PCERJ Na quinta-feira (18), policiais saíram para cumprir mandados de busca e apreensão contra integrantes de organizadas. A Justiça determinou a busca e apreensão de computadores e telefones celulares de integrantes das torcidas. A polícia foi ainda na sede de 9 torcidas: Força Jovem do Vasco (São Cristóvão) Fúria Jovem Botafogo (Abolição) Ira Jovem do Vasco (São Cristóvão) Mancha Negra do Vasco (São Cristóvão) Raça Rubro Negra (Pilares) Torcida Jovem Botafogo (Engenho de Dentro) Torcida Jovem Fla (São Cristóvão) Young Flu (Méier) Força-Flu (Vila da Penha) O delegado Álvaro Gomez, titular da Draco, disse que a investigação começou em maio. “Identificamos que criminosos estão se utilizando da estrutura das torcidas”, disse. “Tivemos casos de fechamento de linha de trem, pessoas que subiram no teto de um ônibus, agressões gratuitas, roubos e homicídios”, enumerou. Mortes na última semana Na última semana, um vascaíno foi baleado e morreu; outro foi atingido no pé; e um torcedor foi morto a pauladas. Um dos grupos investigados, a Torcida Jovem Fla (TJF) havia sido banida dos estádios por 5 anos e, no dia de seu retorno, protagonizou cenas de violência em Copacabana, além de tumultos na Ponte Rio-Niterói e na linha férrea do ramal Marechal Hermes, na Zona Oeste. Em consequência, o Juizado do Torcedor suspendeu nesta terça-feira (16) a entrada da Torcida Jovem Fla de qualquer evento esportivo por 2 anos. Operação da Polícia do RJ mira integrantes de torcidas organizadas envolvidos em crimes